Jovem ambicioso, prático, que tenha gosto pela vida, que queira lutar pelos habitantes deste país, que olhe para os problemas dos jovens, que não sucumba facilmente aos prazeres do poder, que não meça benefícios em ganhos pessoais, que queira remar contra a maré, que tenha a sua situação fiscal em dia, que tenha descontado sempre para a segurança social, que saiba falar em público, que não minta cada vez que promete alguma coisa, que tenha valores pessoais dignos, que não venda gato por lebre, que não tenha areia para atirar aos olhos dos seus iguais, que não afirme uma religião em vão, que tenha visão, que...
Acho que era capaz de ficar aqui o dia todo, mas só estaria a fazer engordar a utopia de um político que nos trouxesse alguma esperança.
No desejo cerrado, escuro de tapado, uma pequena chama ainda arde um sonho de anos, um sonho de escrever. Não se apaga, não tem velhice anunciada. Estende-se na vida espelhada, nas ideias mentalmente anotadas de como podia começar o mais belo romance. Frases, pequenos textos, crónicas de temas nenhuns, meus. São parte talhada de mim, tão sombra quanto ego meus. Não sei escrever, não sei trabalhar como escritora, porque não o sou. Apenas desejo, não sei quando nem como, escrever um livro meu. Talvez nunca encontre, afinal, a palavra ideal para começar, o papel guloso ou mesmo a emoção das palavras, mas o sonho, esse, entra e sai comigo, todos os dias, pela porta de casa.
(Nota: lembrei-me hoje dos dois pseudónimos que já usei há uns anos. Valentina Grivois e Maria Catarina Almasy. Têm inspiração por trás. Valentina é um nome forte, não o teria ou daria, mas é forte. Grivois vem da pancada de adolescente pelo Ké (cantor, que já fez parte dos meus ilustres desconhecidos e até já postei uma música dele). Maria Catarina. Catarina gosto mesmo muito, mas vem adornada de Maria, nome real ou divino, talvez. Almasy lembrei-me, sabe-se lá porquê, do Conde de Almasy, mais conhecido pelo Paciente Inglês.)
Aqui fica então o filme que vi algures na adolescência, com as amigas, e que foi o motivador do destino #3 da rúbrica "No limiar dos sonhos". Positano parece-me sem dúvida um cantinho ideal para umas férias com cenário de sonho!
Only You (1994) com Marisa Tomei e Robert Downey Jr.
Podem ver o resumo aqui.
A vida rotineira de um trabalho que é mesmo trabalho por vezes nem tempo para respirar nos deixa. Cai no esquecimento aquele olhar de segundos que nos pode dar uma alma nova, apenas porque lá fora começa a desabrochar uma flor, apenas por haver um raio de sol rebelde ou apenas por haver um objecto do qual nunca antes o nosso entender tinha dado conta.
Um sorriso por estes momentos, um sorriso apenas pode fazer valer o dia. Porque um sorriso vem da força interior de fugir à rotina e porque um sorriso pode significar um intervalo de 5 minutos, em que ligamos a um amigo, em que vamos espreitar a rua ou em que vamos tomar apenas um café. Ou então, são estes momentos que fazem os sonhos levantar vôo e é tão fácil dar a volta ao mundo em poucos segundos... Ah, como adoro viajar!...
Aqui está um desejo sem dúvida a realizar!
Um saltinho até ao enigmático Cambodja, fervilhante na enigmática (e para mim cativante) cultura Asiática e depois o ficar, simplesmente, a olhar sem tempo, sem pressa, apenas em plena contemplação o fantástico templo de Angkor Wat... De outro mundo, dos sonhos!
... arqueóloga. Quantas vezes não disse eu isto? Não vivi eu nos meus sonhos o escavar de dunas ferventes no Egipto? Ainda era pequena, mas o desejo era muito específico, arqueóloga com especialização em Egiptologia! Só quando comecei a acordar para a realidade do nosso país é que tive de deixar o sonho de lado. Pelo menos o sonho profissional.
Aqui o mais conhecido aventureiro de terras quentes, o Howard Carter junto da mais famosa descoberta do Túmulo de Tuntakamon, em 1922.
