Publicidade

Há uns anos atrás apareceu a moda de colocar estes avisos na caixa do correio. Até são vistosos, coloridos e acima de tudo, explícitos.
Mas parece que o efeito é nulo. Na minha caixa do correio aparece publicidade de todo o tipo. Eu e todos os meus vizinhos (e são muitos) chegam a casa, vêem o correio e vão deixando o lixo no caixote da entrada... Resultado: muitas vezes andam papéis no chão.
E pergunto-me eu: por que raio as empresas gastam tanto papel nestas distribuições e gastam tanto dinheiro a pagar a pessoas para distribuir estes papéis de vida curta.
Isto chega ao cúmulo de, para despacharem mais depressa o monte que têm para distribuir, meterem publicidade em sítios onde ninguém vai ler... Por exemplo, há uma loja por vender/alugar ao lado da minha porta que tem, sem exagero, à volta de três centenas amontoadas de papéis publicitários no interior da montra...
Será que nos podemos queixar em algum lado? Era muito bem feito podermos punir essas entidades, uma vez que estão a ir contra os nossos direitos e, o pior a meu ver, a desperdiçar recursos que cada vez são mais escassos e caros!

O mundo tem tantas pequenas coisas que juntas e evitadas/melhoradas nos tornavam muito mais justos!...

O Espelho da Alice

Este ano estou a ter uma nova experiência. Passar o espelho para o outro lado pode resultar nas mais variadas situações. Daí a analogia com a Alice no País das Maravilhas (que boa recordação!).

Uma forma de enfretarmos muitas das dificuldades no dia a dia (e que o nosso país é complicado, sim senhor) é pormo-nos sempre na pele de quem está do outro lado. Ainda há pouco fui à farmácia e houve uma senhora que deve ter perguntado o princípio activo de todos os medicamentos da farmácia, se calhar não pensou muito nas pessoas que se foram acumulando (de 3 para mais de 10) e que queriam ser atendidas. Eu com a minha gripe a espalhar-se rapidamente, estava quase a saltar para o balcão... Ponham-se na pele dos outros, facilitam muito mais as coisas! Experimentem, que isto serve para muitas coisas...

Mas voltando ao início. A minha nova experiência. Ser professora. Até hoje só tinha sido aluna, desde a pré-primária até à universidade e agora passei ao outro lado. Uma experiência leve, já que sou apenas monitora, mas a parede de medo e nervoso bem que a aumentam.
A primeira aula já foi. E correu bem. Não que não haja um improvement que pode ser tido em conta, mas não me senti com necessidade de procurar um buraco...
O mais interessante é eu ter 27 anos e não fazer assim tanta diferença dos meus alunos finalistas de 5º ano! A proximidade pode ser uma aliada, se soubermos levar o desafio a bom porto!
Neste país onde não sabemos o nosso futuro, muitas vezes mesmo sendo futuro próximo, mais vale sabermos remar em várias direcções!...

O espelho tem uma fronteira, que pode ser ténue se soubermos passá-lo no ângulo certo!

Vitrúvio

Vitrúvio foi Marcus Vitruvios Pollio, engenheiro e arquitecto romano que escreveu uma obra de 10 volumes intitulada De Architectura. Os seus padrões de proporções e os seus princípios arquitecturais: utilitas, venustas e firmitas (utilidade, beleza e solidez), inauguraram a base da teoria classicista. Daí que Leonardo DaVinci se tenha baseado nestes conceitos de proporção e simetria para estudar o corpo humano. Daí o famoso Homem de Vitrúvio, esboço incluído no seu estudo, arquivado num dos seus valiosos cadernos. Aqui na sua versão caricaturada, o Porco de Vitrúvio.

A ciência tem beleza e tem humor... Pena que muitos não a contemplem e não se divirtam com ela. E o pior é o assassínio lento que acontece todos os dias à nossa vista, cada vez alimentando menos os alunos, dando-lhe mais fast-science e receitas falíveis.

Bibliografia recomendada (com disponibilidade para se ficar agarrado ao livro, "imaginar as imaginações" do autor e, se for pelo menos um "cientista-de-trazer-por-casa", largar uns sorrisos ou gargalhadas): "Breve História de Quase Tudo" de Bill Bryson, Quetzal Editores.