segunda-feira, dezembro 10, 2007

Diga lá outra vez

Até aos 12 vivi numa casa em que no rés-do-chão viviam os meus avós maternos e no primeiro andar vivíamos nós. Uma das vantagens de ter ali os avós era o constante estar na casa da avó, onde os limites não eram tão grandes.

Das coisas que eu mais gostava era ser acordada, todos os dias, pela voz da avó, a chamar-me e a trazer o caldo feito com a Farinha 33. Era docinho, espesso, qual chocolate quente, e vinha num daqueles copos tupperware, altos. O laranja era meu e tinha um autocolante de um dos sobrinhos do Pato Donald. Havia outro, verde, que tinha o autocolante de um pintaínho. Esse costumava ser do D., o meu primo, com menos de 1 mês a mais que eu, quando estava lá também.
As mãos da minha avó faziam todos os dias o meu caldo, sempre com o mesmo amor. E eu sempre o bebia, tão contente. Tinha uma palinha, também, e insistia que ela viesse no conjunto, mesmo sendo muito difícil a operação física de beber o caldo por aquele tubinho.
Quando ficava em casa, estava na cozinha e fazia tudo com ela. Vinha o Carlos trazer o leite da vaca e fazíamos iogurtes, manteiga e natas, além de bebermos daquele leitinho todos os dias.
Eu corria para casa quando passavam aviões da força aérea ou partia pinhões com uma pedra, no colo do meu avô.
Hoje em dia sou eu que, quando os visito, já na sua velhice, os faço sorrir, lhe digo como são as coisas. Eles continuam na mesma casa e portanto é sempre um prazer ir lá e recordar tudo isso. E cada ano que passa, o meu desejo vitalício do Natal é estar com quem mais gosto e essas pessoas são a minha família. E que no futuro também tenha os meus filhos e depois os netos para mimar sem mais não.

11 comentários:

Pedro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro disse...

Está um pouco nostálgica, não?
Também me lembro da dita farinha que bebi quando em pequeno, e que o meu avó também sempre bebeu,
a 33.
Fiquei um pouco nostálgico também!
Tive óptimas recordações com este post, agradecido!

PedroC

wednesday disse...

Estou é a precisar de férias e de um caldinho destes... ;)

Obrigada por gostar e o partilhar.

Sally disse...

Bonito, sem dúvida que os avós são tudo! São eles que nos ensinam a maior parte das coisas! :)

CAP CRÉUS disse...

Lindo!
Tb adoro farinha 33 e tenho lá em casa!
As papas nunca me saiem é muito bem!
Obrigado!

Eumesma disse...

É..a familia é algo de mto importante na nossa vida, sem ela mta coisa deixa de fazer sentido...

Já não tenho avós há mtos anos, mas tb tenho recordações dessas, semelhantes...

É bom recordar, sem dúvida...:-)

QqCoisa disse...

Hmmmmm acho q nc tive farinha 33... só mesmo farinha branca de neve. LOL O que a minha avó fazia era Gemada! Gemas e açucar LOL

pensamentosametro disse...

Nunca fui miúda de papas, não gosto de ocisas mastigadas mas gosto do teu olhar sobre o passado, e a vislumbrar o futuro.

Beijos
Tita

Anónimo disse...

a isto se chama um caso classico de "homesickness"... tá quase, já cheira a rabanadas:P

wednesday disse...

cap créus, mas ainda existe? Tenho de ir comprar, tá visto... Tenho mesmo saudades dsquilo!

wingless angel, não gozes com a minha vida actual:P

gilo disse...

Farinha 33 pois é bem boa . ainda hoje cá em casa todos os dias de manhã nao falha . Só a encontro nas lojas Ulmar em leiria .
que verdadeira reliquia .