Filmes no Metro
Viajar de metro dá-me sempre asas à imaginação. Acontece sempre qualquer coisa, nem que seja porque temos, mesmo que não queiramos, de ouvir as conversas dos outros. Outra coisa que me pergunto frequentemente é porque é que assim que soa a voz que anuncia a próxima estação, a maioria das pessoas que vão chegar ao destino se obrigam a si e a todos os que estão no caminho a desviarem-se urgentemente, não vão eles perder a oportunidade de sair. Já se sabe que o metro dá solavancos a cada grau de curva ou inclinação, portanto os desequilíbrios ou quedas são frequentes.
Hoje isso aconteceu, claro. Uma senhora ouviu o nome da estação em que queria sair e foi logo como uma seta para a porta. Mas desequilibrou-se numa curva impiedosa e caíu para cima de um homem, daqueles que envergam sobretudo e têm mesmo ar de homem de negócios. Mas caíu de braços abertos, quase num abraço de paixão às escondidas.
Ali naquela fracção de segundo podiam ter-se conhecido, apaixonado, trocado um sinal para um encontro sórdido, trocado palavras que lhes são proibídas, terem-se odiado para sempre, terem cheirado o perfume do outro. Mas pode ter sido também apenas nessa fracção que simplesmente uma senhora se desequilibrou para cima de um senhor, sem mais, assim a frio. E cada um segue na sua vida, para a sua rotina sem que aquela fracção de segundo alguma vez mais entre sequer no pensamento deles. E uma paixão divinal, a dois, pode ter ali ficado também, esquecida naquele canto do metro.
14 comentários:
de facto...o título deste post não podia estar mais adequado...!
Mais uma paixão daquelas que se perdeu...
Foi como veio...por um instante!
;)
Tão bonito...
E a ouvir esta música que adoro e que me lembra tanto a Serra da Penha...
Um abraço
k giro!!! hehehehehe Tens razao... as vezes as pessoas sao tao frias (pq sao obrigadas a o ser no dia a dia).. que nem têm a sensibilidade destas pequenas coisas...
Há amizades que começam assim...
Isto fez-me lembrar o Sliding doors!:)
Humm... Eu só consegui pensar que o senhor talvez fosse um carteirista!!! O meu espírito romancista está em baixo... ;)
Gostei aqui da sua chafarica, vou voltar.
Seria uma bonita história, daquelas de filmes, se eles se apaixonassem! Isto faz-me lembre a série que começou ontem na dois "Seis graus".
Muito bom o teu blog!
as hipoteses são infindáveis :)
Confesso que essa pressa tamb+em sempre me fez uma confusão imensa, suponho que apenas um reflexo da sociedade desenfreada em que vivemos...
ahahahahahah...essas cenas são sempre divertidíssimas, pelo menos para quem as vê!!
O mais giro é que na mesma fracção de segundo eu pensei exactamente aquilo que escrevi... ;)
demasiados filmes de gaja no leitor de dvd...:P
Não é nada:P
Pois, com essa imaginação fértil , só poderia sair daí um grande filme ehehhe
Era bom que todas as pequenas historias acabassem assim dessa forma romântica, mas isso só mesmo nos filmes. :-)
Bjs
Gostei.
Todos os dias, se andarmos de olhos abertos, há apontamentos merecedores de (pelo menos) um sorriso.
Ontem tive um que me arrancou uma gargalhada. A caminho de casa, tinha acabado de parar à porta do Blockbuster e estava a sair do carro quando oiço a dois metros um pavoroso chiar de travões e vejo um tipo, de ar marcadamente gay, a escassos centímetros do carro que o ia passando a ferro e a coisa de dois mestros de mim, ainda a recuperar o equlíbrio.
- Foi por um triz! - exclamei.
Ele, ainda a recompor-se, atira-me com esta, a agitar o saco de plástico que trazia na mão direita:
- Morrer e ser apanhado com um saco do Lidl na mão? Ai, isso nunca!!!
Escusado será dizer que dei uma enorme gargalhada... E que presença de espírito!
Bom fim-de-semana.
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