A dias de ficar mais "velha", recordo o que era o meu aniversário quando era pequena. Com sorte recebia uma roupa nova, colorida ou florida, presenteando a Primavera e o Mês das Flores. Era o delírio chegar o dia e ir para a escola muito bonita. Aquela sensação de quase princesinha.
Havia o costume de se levar um bolo de anos, pelo menos na Primária, o que nos fazia contar as vezes que nos cantaram os parabéns na semana de festividades.
A festinha para os amigos tinha brincadeiras no pátio dos avós, bicicletas, música, jogos, pipocas do papá, gelatina, mousse de chocolate, aquelas trufas da minha mãe e até aquela deliciosa tarte de morango com chantilly!
Os presentes eram simples mas nós recebíamos tudo com um enorme sorriso. Uma canetinha, um bloquinho, um livro, um pequeno álbum de fotografias, um conjuntinho de borrachas...
Os meus pais ofereciam-me também um presente que normalmente era o ponto alto.
Também havia a festa de família.
Hoje em dia os pais até nas festas de aniversário já se tentam "livrar" dos filhos, nas festas organizadas em ginásios, clubes ou associações. Qualquer pessoa que os entretenha durante 2 ou 3h, enquanto os pais conversam e olham para o relógio. As prendas são ao quilo e a tentar vencer um concurso de genialidade.
Depois ainda dizem que estamos em crise. Estamos, o raro hoje em dia é encontrar algo ou alguém (já nem digo um comunidade ou país) que não esteja em crise. Cada vez mais evoluímos na corda bamba da entropia, ela balança cada vez mais, o equilíbrio diminui e nós ainda nem olhámos lá para baixo.