Poesia em Flor
Nostalgia
Nesse País de lenda, que me encanta,
Ficaram meus brocados, que despi,
E as jóias que plas aias reparti
Como outras rosas de Rainha Santa!
Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta!
Foi por lá que as semeei e que as perdi...
Mostrem-se esse País onde eu nasci!
Mostrem-me o Reino de que eu sou Infanta!
Ó meu País de sonho e de ansiedade,
Não sei se esta quimera que me assombra,
É feita de mentira ou de verdade!
Quero voltar! Não sei por onde vim...
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!
Florbela Espanca
Estava a olhar para o meu livrinho da Florbela Espanca ali na estante e fui buscá-lo. Dão-me assim estas sedes de poesia quando menos espero, espaçadas, sinceras, e mesmo sedentas de repôr o meu equilíbrio poético. Algumas páginas gastas, marcadas no tempo e no seu canto. Leio aqueles que outrora me marcaram, mas agora outros tantos me afeiçoam. E abro neste, nostalgicamente relembrando um país talvez utópico, mas que é Portugal. Algo que anseio que venha a ser, se calhar nunca foi, se calhar foi só alguma parte. Estes versos relembram-me os tempos idos que vivi num outro País e desejei voltar ao Meu País. E desejei e desejo cada dia e noite seguidos que haja um dia, apenas um singelo dia em que vou poder orgulhar-me de cada segundo, em que vou poder sorrir a tudo, mesmo tudo, o que de significante e insignificante se passar dentro deste "terreno" junto ao mar plantando.
8 comentários:
"A Minha Pátria é a Língua Portuguesa" Fernando Pessoa. É me completamente impossível estar apartada da pátria se eu [bolas pah] sou a pátria! Na medida em que "eu" (impessoal) sou a língua portuguesa. Não há um só instante em que não me invada um grotesco nacionalismo e patriotismo [desta pátria]. Não existem impérios físicos, existem impérios económicos. Não existe “terreno” plantado, salvo seja, existe você e o seu romance.
"eu sou um cidadão multinacional porque a minha empresa é multinacional" Lakshmi Mittal; só você pode construir a pátria que desejava encontrar no regresso a casa. A "terrinha"???. Ou escreve o romance, alastra [outro tipo de pátria], ou aplica toda a sua genialidade e brilhantismo matemático para construir o tal "terreno". Terreno não, "o Negócio". Não lhe falo em Capitalismo Norte-americano, conto-lhe da realidade global. Vivemos noutro tipo de tirania, certo?
Emmm.. agora que vejo isto tudo escrito, até parece mal. Eu prometo que deixo de comentar os cometários. Sorry:S
Bem, tantos pensamentos... Não queria provocar tais tumultos! Tudo isto (e agora vou explicar em que contexto vem este post) apareceu devido às recentes notícias sobre o diploma do nosso PM. É que se nem o PM é uma pessoa transparente, o que dizer do País inteiro? "Terreno" aqui significa País. Eu sei em que país e mundo vivemos, mas não faz mal (pelo contrário) desejar viver num país (e mundo) melhor, o faz?
O país é você. O mundo é seu. De facto o PM representa o estado e o PR a nação. O "estado" pode não ser transparente, mas isso não implica que os restantes 10 milhões de habitantes não o sejam. Óbvio que desejar viver num mundo melhor é bom. É óptimo. Mas defina-me "melhor". Às vezes não há melhor [ hei, calma, há muito melhor que o "eng" JS]. Aqueles transparentes e cândidos possíveis governantes, por serem igualmente inteligentes, não desejam tais formas de poder.
Resta-nos “esperar por D. Sebastião, quer venha ou não”?
PS: A exposição é no politécnico? XD
Esperar? E que tal actuar?... :)
Quanto à exposição, não há testes para estudar? ;)
A "pintora" em questão gosta de ver que os seus alunos são aplicados!
Tomara que fosse, mas não sou aluna da "pintora". Mas pergunte: Raquel Banheiro. Em tempos fui colega da "pintora" no "clube das artes". Por sua vez, foi-me revelada a existência da "escritora" e como assídua leitora da blogosfera (a única forma de imprensa verdadeiramente livre), vim averiguar o talento e incentivar a produção escrita.
O talento não sei se tenho, o gosto tenho. A inspiração e/ou tempo é que talvez sejam mais difíceis de conseguir. Como tal, para já fico-me pelos "escritos" tecnológicos e científicos.
Quanto à minha mãe, sim, a exposição vai ser no politécnico. :)
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