terça-feira, outubro 23, 2007

Caixeiro viajante

Uma das brincadeiras que tinha quando era pequena e era exclusiva minha e das minhas primas era aquilo que nós chamávamos brincar ao caixeiro viajante. Basicamente tinhamos uma loja, onde vendíamos de tudo o que nos ocorresse, tínhamos papelinhos a fazer de notas, fazíamos trocos e embrulhos.

Mas era preciso haver um back office para aquilo tudo. Ou melhor, nós pensávamos em tudo. De tempos a tempos havia uma de nós que era caixeira viajante e trazia-nos um monte de novidades (que na realidade eram os bens que tinham sido vendidos) e assim enchíamos a loja de coisas giras para vender. Pagava-se ao caixeiro viajante, que em seguida se transformava em cliente.

E tudo funcionava numa micro-economia. Havia rotação de inventário e de dinheiro, havia investimento em bens e aposta em novidades.

As crianças na sua inocência e na sua vontade de perceber o mundo dos crescidos inventam a realidade a partir das coisas mais simples. Pena que na realidade e hoje em dia perceba o quanto é difícil gerir a vida e mais ainda ser empreendedor. Ninguém quer saber qual o benefício que outros têm com isso, porque vivemos na sociedade da visão do umbigo. E daqui até ali ao centro-norte da Europa, uns bons anos de sofrimento nos separam.

5 comentários:

Ana disse...

As nossas brincadeiras de criança são sempre um mimo, e a capacidade de as crianças inventarem ou reproduzirem o mundo é fantástica. Pena que se calhar hoje em dia as crianças já não brinquem assim e se juntem para jogar PS e computadores..

Anónimo disse...

Desta vez sou eu que pergunto: onde é que eu assino?
É isso mesmo.
Bons velhos tempos que não voltam mais, e os que se aproximam não auguram nada de bom.

Desculpa o tom pessimista, mas tu sabes porquê...

V. disse...

As crianças têm uma forma única de evr as coisas que acabamos por "arrumar" a um canto ao crescer. Não creio que percamos totlamente esses desejos, inocência, simplicidade... apenas afastamos, queremos mais, queremos o complicado qusndo pode ser tudo tão simples.

Começar a olhar mais longe e ver a perspectiva em vez ficar focado no seu "eu" e no seu micro-mundo poderá ser uma solução.

Principessa disse...

velhos tempos...

MiSs Detective disse...

eu tb tinha uma loja com o meu irmao. ate tinhamos uma daquelas calculadoras com rolo de papel. era tao giro. tudo funcionava bem, c omo no centro-norte da europa.
grande post wed!