Recolher obrigatório
Por momentos pensei que a hora, quase duas, que passei a exercitar-me no ginásio tinham sido horas de crise nacional. Trabalhei, como uma maioria, ou minoria, vá-se lá saber, nesta 2ªfeira de sabor a 6ª. Ainda não há ritmo e já estamos a parar de novo. Até ver, esperemos que o óleo não seque nas engrenagens. Trabalhei, saí à fatídica hora das 17.30h, que teima em chegar lenta, arrastada, preguiçosa, empurrada até à porta apenas pela determinação das 17.29h. Saí. Mas não para o regresso a casa, para um mini fim de semana. Fui ginasticar, forma rápida de dizer que fui ao ginásio exercitar-me. Sair, depois do banho mais refrescante do mundo, nem que tomado numa barraca sem esgoto. E, tal como muita gente neste país de obrigações, ainda passei pelo supermercado (que está angelicamente localizado no meu prédio), comprar umas coisitas. Nada... Está tudo nem a meio gás, arrumado mais depressa que ontem, esgotado até ao mais pequeno miolo. Não há pão. Pão! Desejo tanto COMER PÃO e não há pão... Não há espinafres para a sopa, não há alface para a salada. Correm pessoas desesperadas a entrar antes que a porta automática encerre de vez. Filas em todas as caixas, caras tão desapontadas e frenéticas como a minha. Nada reposto, não há pão.
Que se passa afinal? Uma crise? Uma nova revolução? (Daí que nem era mal pensada)...
Às vezes é tudo tão simples que nem o vemos, afinal a Joana dos Iogurtes responde a uma senhora: conseguimos, amanhã vamos folgar no Dia do Trabalhador.